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Fabi Loiacone

É possível controlar as emoções ...

... e influenciar o comportamento sem mostrar nada, sem tocar e até mesmo sem dizer uma palavra? A resposta é, SIM!

As pessoas raramente pensam nesse poder. Na verdade, a maioria delas, não tem consciência de que ele está sendo usado ou de que elas o estão usando. É tão poderoso que mães de recém-nascidos o usam quando querem acalmar seus bebês. E até Hitler usava para unir a multidão em seus discursos. Estamos falando poder primitivo do OLFATO.

Em uma palestra para o evento TEDx, Dawn Goldworm, fundadora da empresa americana, Only Scents Remain, que conta com clientes como Valentino, Central Park Tower, Hyatt, Fendi, Harrods, revelou dados e histórias interessantes sobre esse poderoso sentido. Abaixo algumas partes dessa palestra. Vale a pena conferir cada detalhe.

Onde tudo começa

A vida de todo ser humano começa de forma discreta, dia após dia, cada parte sendo desenvolvida em seu tempo, mas nem imaginamos o poder que carregamos ainda quando estamos em formação no ventre das nossas mães. O primeiro órgão que começa a ser formado é o coração. Mas com apenas 12 semanas de vida intrauterina o olfato do bebê já está completamente formado. Após esse primeiro trimestre o bebê já é capaz de sentir o cheiro do que a mãe come, já que, o odor é a única informação que passa pelo líquido amniótico. Nesse momento que começam as nossas preferências de paladar.

Uma estrada de muitos sentidos

Quando nascemos o nosso mundo é olfato. É o nosso sentido primário e dominante até os 10 anos de idade. Outro “sentido”, se é que podemos chamá-lo assim, que é tão bem desenvolvido nessa fase é a emoção.

O olfato e a emoção trabalham juntos. Para nos ajudar a entender, compreender e criar nossos novos mundos. Quando sentimos um cheiro automaticamente relacionamos uma emoção a ele. E o cheiro e a emoção ficam conectados para sempre, pairando na nossa memória olfativa que é a parte maior e mais apurada da nossa memória. Por isso, que as nossas memórias mais marcantes são ligadas ao cheiro.

O cheiro de grama recém cortada; da nossa árvore de Natal; da casa da nossa avó entre outros. Um leve aroma e somos transportados a outro tempo e lugar. É possível lembramos com detalhes o lugar e o que estávamos sentindo. Nenhum outro sentido consegue nos levar e fazer sentir uma ligação emocional como o olfato.

Uma curiosidade, em uma pesquisa feita sobre o Hitler descobriram que ele exigia que a sua equipe chegasse horas antes do discurso para borrifarem um perfume em todo o ambiente criando um clima antes de subir no palanque.

Um novo olhar

O poder do cheiro transformou completamente a forma como a empresa Procter & Gamble comercializava o sabão em pó. Durante anos a proposta de valor sobre o sabão em pó era: roupas mais brancas e mais claras. Quando perguntavam as pessoas o que era importante, elas respondiam isso. Várias marcas competiam, uma usava alvejante, outra oxigênio, outra cloro.

Mas nos anos 1980 a P&G começou a estudar melhor a respeito disso. Contrataram um antropólogo para ir às casas das pessoas e observá-las lavando roupas. O que descobriram? Quando as pessoas terminavam de lavar suas roupas, ninguém as seguravam contra a luz para ver se estavam claras e não verificavam para ver se estavam brancas. A primeira coisa que as pessoas faziam ao terminarem de lavar suas roupas era levá-las ao nariz e cheirá-las. Afinal de contas, não faz muita diferença se as roupas parecem limpas, o que importa é se tem cheiro de limpas. Mas quem se importa? A menos que seja uma mãe, um comerciante ou um ditador. Por que isso importa no mundo?

O olfato não tem sido utilizado de forma plena em nossa vida. Ele tem o poder de mudar a forma como vemos o mundo. Pode deixar tudo mais agradável, afetivo e memorável.

Um estudo feito recentemente em uma loja da Nike. Mostrou que quando um aroma próprio da marca era usado, os clientes julgavam que a experiência geral na loja era melhor, que os serviços eram superiores, e como resultado disso, gastavam mais dinheiro.

Quando falo sobre aroma não estou falando sobre odores que costumamos sentir na vida. Não estou falando do cheiro de limões, de maças ou de baunilha. Estou falando de um instrumento altamente sofisticado, sendo usado de forma altamente sofisticada.

O cheiro funciona como uma pintura ou uma melodia. Não se trata de cores primarias, ingredientes simples ou grandes notas. Tudo depende de como usamos as cores primarias ou as sete (7) notas musicais. Podemos criar um Monet ou uma sinfonia de Beethoven com o cheiro. Encontrar todas as pinturas magnificas e todas as sinfonias supremas que posso compor para o seu nariz.

Por que gostamos ou não de um determinado cheiro?

Se preferirmos Picasso a Monet ou Bach a Beethoven, os aromas dos quais gostamos ou não representam a nossa opinião subjetiva. Elas são quase inteiramente formadas por nossa cultura, geração e o ambiente onde vivemos durante os dez primeiros anos de vida. Os cheiros que achamos bons, agradáveis, prazerosos ou ruins, até nojentos conhecemos quando éramos crianças.
Nossos produtos infantis, protetores solares, produtos de limpeza, sabão em pó, nossos brinquedos, alimentos ...O importante é que esses produtos mudam de região para região, de cultura para cultura, geração para geração.

Por exemplo, os americanos nascidos antes dos anos 1940 associam o cheiro de madeira com a infância. Na época os brinquedos eram feitos de madeira. Americanos nascidos depois de 1940 começam a associar o cheiro de plástico, massinha e giz de cera com a infância.

Como o nosso olfato situa-se na parte do cérebro chamada Sistema Límbico e esse sistema não possui capacidade linguística. Mesmo que possamos descrever um aroma em termos simples, dizendo que é fresco, floral, talvez muito forte, temos dificuldade em dizer o motivo pelo qual gostamos dele ou não.
Alguns de nós podemos descrever um aroma detalhadamente como um sommelier ou um perfumista, mas ainda não sabemos dizer por que gostamos ou não dele.

Embora o sistema límbico não possua capacidade linguística, ele é responsável pela emoção. Apesar de não conseguimos dizer porque gostamos de algo, conseguimos dizer como nos sentimos.
Criamos todo tipo de coisa para ficarmos bonitos, mas o cheiro é a forma mais natural e poderosa de nos fazer sentir bem.

Para ver a palestra completa acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=MOQcSzkKfb
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